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"(...) o artista dá especial atenção quer ao material com o qual constrói as suas obras - sendo a folha de alumínio, por agora, o preferido -, quer às camadas que se vão acumulando num determinado objecto através da passagem do tempo, quer ainda às marcas, às impressões, achadas no real ou provocadas pelo seu processo de trabalho.
O resultado são várias séries de peças cujo denominador comum é terem surgido entre a vida no ateliê, onde João Pedro Trindade efectua a grande maioria das suas experiências, e uma observação fenomenológica do quotidiano, destacando-se neste particular essas manifestações da passagem do tempo sobre os objectos, sejam eles um saco de plástico, um detalhe de uma arquitectura ou um tijolo. O artista procura sublinhar essa dimensão temporal utilizando várias técnicas, como a frotagem, a pressão manual, a sobreposição de folhas de alumínio, o esmagamento: as formas ou são reveladas a partir do vazio que deixaram ou através do aparecimento de uma cor, de uma estrutura, de um inesperado detalhe, como a passagem da luz pela folha de alumínio. A investigação com a qual somos confrontados está assim sujeita às vicissitudes de um espaço onde algumas destas cambiantes se perdem, ganhando-se contudo a visão de conjunto, um ponto de vista no âmbito do qual os trabalhos se espelham uns nos outros, iluminando-se mutuamente. (...)"
ÓSCAR FARIA
Excerto do texto da exposição
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